De repente sentira uma nuvem tênue e concreta de inspiração bem pesada baixar sobre sua mente. Naquele momento, as coisas lhe pareceram mais facilmente descritíveis. O que atrapalhava agora era a música – a batida regular que continha a certeza do próximo som monótono da lista. O resto, ali, já não importava mais. A procura incessante pela freqüência que resumisse todos aqueles sentimentos era coisa do passado. Agora era somente o fato que, por ser tão importante e trazer certa carga de culpa, acaba esquecido.
Chegara à conclusão de que, temporariamente, satisfatoriamente e preferencialmente, vamos escondendo nossos desejos e anseios para aliviarmos a dor do incompreensível; vamos nos acostumando, perdendo-nos dentro das nossas incongruências.
Não conseguia mais encontrar advérbios que iniciassem aquela descrição. Era sempre igual o jeito como iniciava algo novo. Tudo era o mesmo: total ou parcial cópia de seus próprios instintos culposos. Queria ir além, mas quando se dava conta de sua real condição, já sentia a sensação de tensão inflamada sobre as bochechas e aquela vontade de chorar.
domingo, 29 de agosto de 2010
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2 comentários:
O objetivo é atingir a incoerência dos sentimentos humanos? Eu também quase chorei, por não ter entendido nada.
É incrível como, sob o ponto de vista de uma cronista, o ser humano se adapta. Exatamente oposto do ideal, nos acostumamos com as derrotas, achando-as "normal", de modo que aquele que sonha alto é tido como louco, ou melhor ingênuo, alegando "desconheçimento do mundo". Eu ainda moro nesse planeta??? Não era assim quando os espartanos eugenizaram o povo, ou quando escravizaram os dominados.
Enfim, isso foi em agosto, e estamos quase em novembro... Sem pressão, veja isso como um incentivo.
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