Textos, contextos, momentos, sonhos e realidade. Blog criado para transcrever os posts que por algum motivo esquecemos de publicar na nossa vida.
P.S.: Baseado em fatos reais e/ou em fições.

sábado, 26 de junho de 2010

Eu havia esperado aquele tempo todo!
Tinha medo de começar algo suscetível à mudança, à brusca ilusão de ser. Não tinha muita certeza nas palavras. Elas pareciam não gostar daquele jogo.
E eu, ali, imóvel, ainda aguardava inutilmente o disco rodar. Queria ouvir, mesmo que fosse pela penúltima vez, a música ideal sussurrar-me perguntas incrédulas. Estava atenta a cada movimento, a cada esboço de ruído que eu sentia perpassar ao meu lado, em forma de rodeios. Estava consciente, agora, de que nunca mais conseguiria transpor minhas idéias e sentimentos.
Algo estava no lugar errado. Toda narrativa se resumia ao mesmo movimento. Os outros me causavam uma sensação lúgubre de insensatez;
De alguma forma, é provável que eu soubesse tudo sobre aquela história.

O fato é que eu mesma já me estranhava. Isso se dava sempre com o outro. Queria poder experimentar cores novas, modelos combinatórios, pessoas certas, coerências realistas, essência, de verdade. Mas agora aquilo não funcionava mais com as simples palavras. E sobre isso eu ainda não sabia. Aliás, alguém teve a coragem de trazer-me a resposta quando aquela aurora lúgubre já havia retornado. Não bastava pensar que era tarde demais, pois os olhos verdes já faziam parte de mim. Olhando daqui, sei que minha alma tinha a doce ilusão de ter esperado novamente aquele tempo todo.


Não existia explicação a mais nada por ali.

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