Textos, contextos, momentos, sonhos e realidade. Blog criado para transcrever os posts que por algum motivo esquecemos de publicar na nossa vida.
P.S.: Baseado em fatos reais e/ou em fições.

domingo, 13 de junho de 2010

Amor

Àquela hora da noite todas as estrelas já cintilavam com o brilho mais intenso; todas as apreensões cotidianas haviam sido guardadas; Era a hora dos sonhos, dos desenhos incolores, dos dissabores, das auroras e crepúsculos; Notava-se a presença dos amores, cenas e poses que transbordavam e se transmitiam através do tempo. O som que se ouvia já não era aquele pesadelo, aquela insanidade, um desejo de libertação, vertigem. Agora as vibrações combinavam e se confundiam com a palavra amor.

Olhou-se no espelho, talvez pela última vez, como em um exercício de auto-reconhecimento, auto-significação. Parecia que necessitava de algo que o identificasse com um personagem fictício. Pode até ser que, naquele momento, tenha se sentido integrante daquelas velhas narrativas que um dia lera. O fato é que agora, para ele, aquela necessidade estúpida de não apenas se reconhecer, mas de ser reconhecido, era maior do que sentira anos atrás quando passava os olhos pelas últimas páginas daquele romance. Algo havia mudado.
Como se tivesse autonomia para tanto, ele procurou instintivamente o resumo de sua alma, a resposta àquelas perguntas que sempre surgiam em sua cabeça. Descobrira, então, que sua existência era uma visão de alguém que um dia sonhara com seu ser, mas que, até agora, nunca o havia encontrado.

2 comentários:

Vitor Hugo de Paula Monteiro disse...

- Parabéns, bela senhorita!
- Sinto esperança em suas palavras!

João V. Schultz disse...

Muito bom! XD